Investigação

Programa de Residência Alternativa em Bem-Estar Animal na FMV

2021-05-11

  

Alexandre Azevedo Manuel Sant’Ana Martin Whiting

A Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa (FMV-ULisboa) deu início, em abril de 2021, a uma residência alternativa em Bem Estar Animal (Ciência, Ética e Lei). O programa de residência de três anos de duração foi recentemente aprovado pelo Colégio Europeu em Bem-Estar Animal e Medicina do Comportamento (ECAWBM).

O candidato a especialista, Dr. Alexandre Azevedo, torna-se assim o primeiro médico veterinário português a frequentar um programa europeu de residência em Bem-Estar Animal. O programa é coordenado por Manuel Sant’Ana, investigador do Laboratório de Comportamento e Bem-Estar Animal do CIISA e Especialista Europeu em Bem-Estar Animal, com a co-orientação de Martin Whiting, vice-presidente do Conselho Disciplinar do Royal Colege of Veterinary Surgeons (RCVS) no Reino Unido.

Segundo o coordenador, Manuel Sant’Ana, o maior desafio deste programa de residência reside no facto de exigir treino prático em bem-estar de animais em diversos contextos (companhia, produção, equinos, laboratório, selvagens e exóticos), e nas suas três dimensões (científica, ética e legal). Para atingir este ambicioso objetivo, o programa contará com a colaboração de mais três especialistas europeus veterinários: Luis Lamas e George Stilwell, professores da FMV-Ulisboa, e Rosanne Jepson, professora do Royal Veterinary College de Londres.

Do programa de residência faz também parte um projeto de investigação em bem-estar de animais exóticos, que será desenvolvido em parceria com Joel Ferraz, Diretor Clínico do Centro Veterinário de Exóticos do Porto, e Leonor Guimarães, médica veterinária da Clínica Veterinária Exoclinic em Lisboa. Pretende-se com este estudo avaliar a qualidade de vida dos répteis de companhia, assim como a influência da relação homem-animal no bem-estar destes animais.

Alexandre Azevedo é formado em Medicina Veterinária pelo ICBAS-UP (2005) e mestre em Biodiversidade, Saúde dos Ecossistemas e Vida Selvagem pela Universidade de Edimburgo (2013). A sua atividade profissional divide-se entre espécies zoológicas e selvagens, clínica de animais de companhia e investigação científica. É doutorando em Ciência Animal no ICBAS-UP e no Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research (IZW), onde desenvolve e valida indicadores fisiológicos não-invasivos de bem-estar em espécies selvagens, como por exemplo o lince-Ibérico. O principal interesse do Alexandre é o impacto das ações humanas sobre os animais, sejam eles domésticos ou selvagens.